Carlos Eduardo (Caê) Martins e Ericson Cernawsky Igual (OvO).
Ser novato é lavar carbureto? É tomar banho de lama? É carregar pedras na mochila? É ser obrigado a usar roupas enlameadas pela 1ª vez no dia seguinte sem reclamar? É ser chamado de novato, por ser inferior aos outros mais velhos? É abrir a porteira e abastecer o veterano de cerveja?
Não!!! Ser novato é estar na condição de iniciante sem compromisso; é ser inexperiente em relação às situações de segurança; é estar na condição de aprendiz; é estar aberto a conhecer e estar disposto a se integrar aos princípios éticos, morais e sociais do GPME: o chamado “vestir a camisa”! É contribuir com a perpetuação de um ideal; é sair da condição do turista que, simplesmente, “vai para caverna”!
Ser veterano é zoar com o novato? É achar que novato só atrapalha? É se achar superior em técnicas disso e daquilo? É achar que já sabe tudo? É achar que só deve ir para as cavernas “filé”? É achar que só o que acredita é a verdade?
Não!!! Ser veterano é identificar, valorizar e fomentar o potencial do novato; é conhecer as técnicas e os conceitos dos problemas enfrentados e buscar resolvê-los conjuntamente por que “veste a camisa”; é estar sempre buscando capacitar-se; é pensar no coletivo antes de mais nada; é ser ético em relação às práticas espeleológicas e estar plenamente identificado com os ideais do GPME e das nossas parcerias com outros grupos; é respeitar o trabalho de outros grupos; é contribuir e/ou, buscar novas áreas de atuação para a perpetuação das atividades do grupo; é divulgar/disseminar as informações das atividades executadas pelo grupo e zelar pela segurança da sua equipe seja ela formada por veteranos ou novatos.
Não há um ritual de passagem para que um novato se torne veterano. É simplesmente uma questão de vontade e condição. Somos contraditoriamente novatos e veteranos em tempo real.
(Texto elaborado a caminho de uma caverna)